sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Ou você é o peixe ou o pescador



Em todos os lugares sempre tem alguém tentando te “fisgar”, que nada mais é do que conseguir ou tirar algo de você. Esse é o mundo que vivemos. Então você coloca um pouco dos esteroides “desgraça” e “jeitinho” e você tem um mundo onde todo mundo quer tirar vantagens multiplicado por 10: chamamos de Brasil.

Pela primeira vez na curta existência desse blog (que fará 1 ano mês que vem) eu fiquei sem postar mais de uma semana. Provavelmente você percebeu. O caso é que tive de viajar pra fora do estado pra fechar uns negócios relacionados com a minha empresa. É bom estar de volta em casa e na rotina, apesar de ser São Paulo. No fim dessa semana também já vou tentar forçar aquele meu joelho que estava machucado. Já venho pedalando há 15 dias. Quero começar a levantar meus pesos e fazer CrossFit de novo, meu corpo está gritando por isso.


Voltando ao assunto do artigo de hoje. Em casa, no trabalho, na rua, no telefone, na Internet, na TV... na VIDA. Sempre tem pessoas querendo algo de você, querendo tirar algo de você, querendo fazer você agir de uma maneira que beneficie a eles. Ou vão te irritar e provocar, ou tentar fazer você agir de maneira emocional pra que eles se beneficiem ou você se prejudique. Em algumas circunstâncias vão te encher só pra que você fique nervoso, assim podem te zoar e te diminuir. Isso vai do momento que você nasce até o fim da vida. As pessoas são assim. Você e eu também somos assim.


Mas calma, isso aqui pode até parecer um artigo vitimista pra você, pois parece que estou reclamando da vida cruel.


“Buááá (alguém realmente faz esse som quando chora?) a vida é dura, sou pobre, minha família é ignorante e pobre, nasci feio, não sou loiro alto de olhos azuis (substitua bonita por alto se for mulher), sou magrelo (gorda se for mulher), sou invisível para as pessoas e burro... buáááá.”


Não, isso você encontra em outros blogs por ai, mas não aqui. Não é o caso desse artigo. Nessa “brincadeira”, nesse jogo que é a vida, é possível  minimizar em muito esse problema conhecendo as regras dele. Nesse jogo você será o peixe ou será o pescador. Saindo da metáfora, você será aquele manipula ou será manipulado, aquele que controla ou aquele que está sendo controlado. Simples assim.


“Ah Rover, mas eu não sou assim, não quero manipular nem controlar ninguém.”


Então você será manipulado e controlado. Não é necessário que você manipule e controle pessoas para se beneficiar ou tirar algo delas. Não. Isso você faz até onde a sua moral e sua ética te permitem. Mas é necessário fazer para não ser manipulado e controlado.


Eu posso não ser o Silvio Santos, Jorge Paulo Lemann, Jeff Bezos, Bill Gates... não passo nem perto desses caras e nem vou. Mas eu sou um empresário como eles e já descobri como funciona esse jogo, porque pode ser usado para ganhar dinheiro. Aliás, você também sabe, mas deixe eu reforçar a ideia na sua cabeça.


A ideia é bem simples. Se você fizer com que a pessoa ou pessoas pensem racionalmente, se utilizando da lógica, elas vão tomar decisões racionais, lógicas. Decisões lógicas tomadas por outras pessoas em relação à você ou seu negócio, por exemplo, raramente vão te trazer algum lucro ou benefício. Os lucros e os benefícios serão da pessoa que tomou a decisão lógica em relação à você. Entretanto, se você conseguir fazer com que essa pessoa pense de maneira emocional, você está no controle e vai poder sair ganhando, ou pelo menos, deixará de ser manipulado/controlado. Resumindo em outras palavras, fale o que as pessoas querem ouvir, faça com que elas ajam de acordo com as emoções que mais gostam. Esse jogo é mais velho do que cagar sentado.


As emoções que as pessoas usam em você ou que você pode usar nelas são, na maioria das vezes:


- Raiva

- Luxúria

- Inveja

- Ganância

- Ciúmes

- Vaidade

- Medo


“E como eu uso isso a meu favor, Rover? Como funciona? E como você sabe quando alguém está tentando te “fisgar”?”


Calma capiau (ehehe aprendi essa na minha viagem dos últimos dias)! As possibilidades, ou chame de cenários se quiser, são infinitas. Eu vou colocar aqui algumas situações onde suas perguntas podem ser respondidas. As pessoas que tentam te fisgar, não são apenas pessoas com interesses comerciais como vendedores, empresas, etc. Pode ser um estranho na rua, pode ser seu amigo, seu conhecido ou colega da escola/faculdade, professores, seu colega de trabalho, seu chefe, seu funcionário, marido/esposa, filhos, familiares e o também nunca vamos esquecer do governo. Ahh sim, meios de comunicação. Todos os dias estamos sendo fisgados pelos meios de comunicação, com os mais diferentes objetivos, geralmente políticos, ideológicos e comerciais.


Então o objetivo desses cenários são mostrar pra você e fazer com que você pense sobre como poderia ser fisgado. Nunca se esqueça das emoções que citei lá em cima. Todas elas são negativas e possuímos todas. Pra não ficar muito extenso, vou usar três exemplos.


1 – A competição dentro do trabalho


Essa é uma das que mais ocorrem no dia a dia de todos nós. Dentro de empresas grandes na iniciativa privada (e na pública também). O mundo corporativo nem pode ser considerado como um jogo entre peixe e pescador, já que pra pescar usam minhoquinhas como isca e no mundo corporativo são cobras comendo cobras. Geralmente a coisa aqui chega a acontecer a nível subconsciente (ou não). O funcionário quer subir na hierarquia, quer ser promovido, aumentar de salário, não gosta de alguém a nível pessoal e quer ver essa pessoa sumir dali, etc. Alguns farão o que for preciso pra conseguir o que querem. E infelizmente muitas empresas adotam, as vezes intencionalmente, essa atmosfera de competição entre os funcionários. Minha opinião pessoal é que isso prejudica muito a produtividade.


Por exemplo. Fulano da Silva, quer subir até chegar aos cargos de diretoria da Propibras (curtiu o nome?). Primeiro passo é conseguir ser chefe de departamento. Problema é que existem outros funcionários mais bem qualificados que tem mais tempo de casa que ele. O primeiro objetivo do Fulano é tirar essa gente do caminho. O primeiro alvo do Fulano é o Cicrano dos Santos. O Fulano quase todos os dias para uns 15 ou 20 minutos na cozinha do cafezinho e começa a falar pro Cicrano como a Propibras é uma empresa corrupta, suja, cheia de gente querendo puxar o seu tapete, como na empresa rival, a PTDES o salário é melhor, tem plano de carreira, etc. O Fulano fica batendo nessa mesma tecla muito tempo. E infelizmente estamos no Brasil, terra dos vagabundos do jeitinho, ou seja, realmente alguma das coisas que o Fulano diz ocorrem mesmo na empresa.


Nisso o Cicrano induzido a ver apenas o lado ruim das coisas, começa a ficar desgostoso do trabalho, depressivo e começa a produzir menos. O Cicrano começa também a se achar uma vítima do sistema e começa reclamar com outros funcionários. Mas a intenção dele é diferente da do Fulano. O Cicrano inocentemente quer que os seus outros colegas de trabalho percebam como é ruim trabalhar na Propibras, como eles estão sendo escravizados. É como se ele tivesse descoberto a pólvora e ele sente a necessidade de ser o porta voz das "boas novas".


Ai o Fulano ataca. Fulano vai até algum de seus chefes e reporta o Cicrano, falando que ele não apenas fica atacando a empresa, mas acaba prejudicando a produtividade e o moral dos outros funcionários do departamento, incluindo ele, o Fulano. Cicrano está enrascado, vai tomar uma bela cagada do chefe. Poderá ser despedido dependendo da gravidade da coisa. Caso não seja despedido, estará desconsiderado como opção para ser chefe do departamento ou poderá ele mesmo ficar insatisfeito e pedir a conta.



O ditado "sempre tem um filho da puta" é real na prática.


Fulano incubou raiva, medo, inveja e ciúmes na cabeça do Cicrano e conseguiu eliminar ele da corrida para uma promoção. É o famoso “puxar o tapete”. Você com certeza já viu isso no seu trabalho. Já deve ter acontecido com você, se não aconteceu ainda não se preocupe, uma hora acontece. Não precisa ser em um escritório onde todos trabalham de gravata com no ar condicionado. Em qualquer lugar isso ocorre. Todos os setores.


Como evitar? Digamos que você seja o Cicrano. Encostou alguém como o Fulano perto de você e começou a falar mal do trabalho ou de outros colegas? Não entre no jogo, diga que você tem coisas pra fazer e sai de perto. Não jogue o jogo e você não dará munição pra pessoas como o Fulano que querem te prejudicar. Fique na sua. Nesse tipo de ambiente você deve operar na lógica e se portar como um político: nunca falar mal de ninguém (por mais que você queira que o filho da puta se arrebente) e ser amigável com todos, não se envolva muito e não participe de fofocas. Nunca se deve deixar levar por emoções na vida profissional.


2 – Igrejas e falsas promessas


Isso aqui vai fazer com que você me odeie se for adepto de alguma religião, em especial das duas igrejas que vou citar aqui. Se for esse o seu caso, infelizmente o que vou dizer aqui é algo lógico, racional, que provavelmente não é aquilo que você quer ler, mas é a cruel verdade. Ah sim, como eu já disse em muitos outros artigos, acredito em Deus da minha maneira, mas religiões pra mim são total perda de tempo.


Você saberia me dizer porque o Brasil, sendo o país com maior número de fieis da igreja católica no mundo, está perdendo terreno consideravelmente para os vários ramos da igreja evangélica?


Sim, pense um pouco, mas pense com lógica deixando as emoções de lado. O que a igreja católica oferece a seu fiel e o que a igreja evangélica oferece ao seu fiel? Já colocou isso na balança?


Na católica oferece dois rituais de purificação dos pecados, que são a confissão e a hóstia no vinho, o corpo de Cristo. O prêmio do católico por ser bom na Terra, livre de pecado e temente a Deus é um lugar no paraíso. Na igreja evangélica do Brasil, que também tem quase toda a sua base vinda da igreja católica, eles oferecem um negócio melhor. Sendo um bom cordeiro no rebanho do pastor, você garante o salvamento de sua alma por Jesus e também entra no paraíso.


Aliás, algum evangélico já te perguntou “você não quer se salvar?”? Geralmente eu respondo com um “eu não sabia que estava em perigo!”.


Voltando ao raciocínio, você terá sua alma salva, assim como na igreja católica. Salva do inferno e do demônio. Na igreja evangélica eles enfatizam muito mais o demônio do que na católica, explico logo abaixo. Mas há um bônus na igreja evangélica. Você também conseguirá prosperidade (leia-se bens e dinheiro) e saúde. Você tem bico de papagaio? Pra que ir no reumatologista se seu pastor pode te curar com um simples estalar de dedos? Câncer? Não precisa visitar um oncologista e nem cozinhar drogas pra deixar sua família em boa situação quando você morrer, seu pastor te cura na velocidade de um aleluia.


Agora te faço uma última pergunta. O que o brasileiro mais gosta? Já respondo, gosta de ter tudo fácil na mão sem ter que trabalhar. Então chega um pastor (ou bispo) e te diz que Jesus vai te dar casa, carro, apartamento na praia, saúde de ferro e você ainda será salvo e levado ao paraíso quando morrer. E você não se atreve a duvidar de Jesus, não é? Olha o pecado.


Porra, tem negócio melhor que esse? Onde eu assino? Porque eu vou continuar sendo católico sendo que lá eles prometem só o Reino dos Céus sendo que virando evangélico eu serei o pica das galáxias aqui no mundo dos vivos também? Claro, vou ter que deixar 10% do meu salário todo mês pra pagar o dízimo, mas o que é 10% comparado à tudo isso que vou ganhar?





É ridículo colocar um raciocínio como esse não é? Mas é essa a lógica da coisa toda. E como a maioria das pessoas no Brasil são facilmente manipuláveis porque nunca tivemos educação o suficiente, temos pastores por ai que estão bilionários, tem canal de TV e tudo. Como eles conseguem arrebanhar esse monte de gente? Simples. Eles manipulam com emoções. Ganância e vaidade para aqueles que querem que coisas caiam do céu sem ter que trabalhar duro pra ter. Luxúria pelas mulheres comportadas de igreja que por trás da cortinas são verdadeiras putas, pois a imagem da igreja consegue blindá-las do julgo da sociedade. Medo para aqueles mais tansos, dizendo para eles que o demônio espreita à cada porta ou aqueles que estão doentes e precisam de ajuda.



Templo é dinheiro.


A igreja evangélica no Brasil hoje, faz o que a igreja católica fez na Europa na idade média. Na idade média os lordes, condes e senhores cometiam atrocidades inimagináveis, mas eles compravam a sua absolvição e pronto, estavam limpos novamente. A igreja católica construiu seu império de fortuna em cima disso. Naquela época, tudo era demônio, se você por exemplo tivesse o costume de falar sozinho: demônio. E provavelmente seria acusado de heresia pela igreja, algo que poderia te levar à morte. Os evangélicos também consideram muitas coisas banais como demônio hoje em dia. Cerveja? Demônio. Led Zeppelin? Demônio. Ora veja só, hoje em dia a maioria dos assassinos, bandidos, estupradores, mulheres da vida que usaram seu corpo fazendo sexo pra enriquecer, entre outros tipos degenerados da nossa sociedade brasileira, se tornam evangélicos e pronto, são pessoas de bem de novo. Estão perdoados. Mas não seriam eles demônios de acordo com o que os evangélicos gostam de apontar o dedo? Não se eles tiverem se convertido. Você ai, que não se converteu, paga suas contas direitinho, nunca matou nem assaltou e nunca fez nenhuma putaria, você ai, é... você mesmo, você NÃO SERÁ SALVO.


Maníaco do Parque, lembra dele? Estuprou e matou mais de 10 mulheres. Virou evangélico. Suzane Von Richthofen, que ordenou a dois vagabundos a morte a sangue frio dos pais, virou pastora dentro da cadeia, hoje dá entrevista na TV e tudo. Vamos embelezar mais a coisa. Júlia Paes, atriz pornô, funkeira e sabe-se lá mais o que, também já está “salva”.



Hummm, que delícia.


Vivi Ronaldinha, ex do Ronaldo gordo, fez pornô, programas e usou muitas drogas. Então, sabe como é a vida né? Uma hora a beleza vai embora ai tem que dar outro jeito de ganhar o dim dim... sim, ela vai virar pastora.



Vivi Ronaldinha, na época que era magra. Também época que o Ronaldo ainda não tinha jogado no Curintia e começado a gostar de sentar na linguiça.


Não me leve a mal, não estou dizendo para você não ser evangélico e muito menos estou dizendo pra você que a igreja católica é uma igreja melhor. Longe disso. E também não estou falando nenhuma mentira, apenas estou mostrando a lógica da coisa, despida de emoção e fervor religioso.


Igrejas também tem seu lado positivo. É muito melhor, por exemplo, que um jovem de cabeça fraca frequente uma igreja do que o baile funk, certo? Certo. Muito melhor que vá no encontro de jovens da igreja do que numa rave, certo? Certo de novo. Dos males o menor.


Veja bem, você é livre para todas as escolhas na sua vida. Você que está lendo aqui agora faz o que quiser da vida, é isso mesmo. Pra mim, religião é perda de tempo e dinheiro, mas se você quer entrar em uma, vá. Se acha que vai ser positivo pra você, vá, pois com certeza você está certo. Como eu disse, você é livre e eu sou um ninguém, não tenho que dizer o que você deve fazer da sua vida. A única vida que me diz respeito é a minha própria e de mais ninguém. Lembre-se, o PFL nada mais é que meu hobby de escrever. Eu escrevo para as pessoas as minhas opiniões sobre o mundo e a nossa maneira de viver. Se você acha que estou certo e concorda, ótimo. Se acha que estou errado, ótimo também. Estou no meu direito de dizer o que eu acho das coisas aqui, estamos em um país livre e democrático não é? Pelo menos por enquanto sim.


Você quer fazer o bem para as pessoas? Se sentir gratificado por ver que uma ação que você fez, mudou a vida de uma pessoa ou até de um animal pra melhor? Ótimo, vá fazer, não precisa de igreja nenhuma pra isso. E faça sem esperar nenhum retorno, seja ele material ou espiritual. O seu prêmio é apenas o bem estar do próximo.


Já disse e vou repetir, para crer em Deus não é necessário seguir ritos, regras e dogmas criados por outros homens. Cuidado pra não ser fisgado por uma religião que te manipula através de emoções. Igrejas até podem ajudar no caso de ser uma pessoa perdida com tendências à se meter com coisas negativas, mas podem te prejudicar muito também. Tente enxergar a fé com a razão, sempre.


3 – O vendedor de carros


Carros, a ruína de muitos brasileiros. Vivemos numa sociedade automobilística, provavelmente a maior de todas. Não existe local no mundo onde o lucro das montadoras comparado ao preço de produção é tão grande quanto no Brasil. E não, não vou discutir aqui o problema do preço dos carros, já mostrei isso no artigo Quanto custa? – Parte 2.


Carros, em 99% das oportunidades, são vendidos em cima de emoções e não pensamento racional e lógico. Carros que são comprados seguindo apenas a lógica deles de ser, são comprados com o pensamento de que ele te leve de A à B, com o menor custo de manutenção e reparos. Se um carro é lindo ou faz com que você FIQUE lindo, provavelmente você vai comprá-lo baseado na emoção. Como eu já disse, na nossa sociedade, a marca, o modelo, o preço, a aparência do carro que você dirige está intimamente ligado ao seu status. No Brasil, carro é provavelmente a principal ferramenta de status. Com isso em mente, o vendedor de carros (seja ele um funcionário de uma concessionária ou proprietário) sabe muito bem que ele está pescando em um barril. É muito fácil fisgar e fazer alguém comprar um carro.


Uma das piores experiências que existem é ir comprar um carro. Acredite em mim. Pra muitos esse é o dia de realizar o “sonho”, o problema é que se você sente essa sensação, significa que já indo fazer o negócio baseado na emoção e a chance de se estrepar é grande. Por exemplo, vou te contar um segredinho sobre o famoso test drive.


Eu amo carros, não pelo status que eles dão (se fosse por isso eu não teria um Fiesta velho), mas pelo prazer de dirigir, pela sensação de controlar e sentir o que aquele modelo pode ou não me proporcionar de desempenho numa rua ou estrada. Eu gosto de enxergar carros da maneira que pilotos de competição enxergam. Eu já guiei muitos carros diferentes, alguns desses carros bem potentes, como Mustangs e um Corvette. E vou dizer que carros, tirando as exceções dos esportivos que tem potência maior, em geral são a mesma coisa na experiência de dirigir. As diferenças são pequenas, são questões de horas apenas para que você perceba que dirigir um Gol, um Golf ou um Cobalt, Classic, etc, é a mesma coisa.






Preço de 2014? Se o cara me fala isso no test drive eu mando ele pra puta que pariu. Isso ai não vale nem o preço de 2004.


Carros em sua maioria são todos iguais na hora de dirigir, a sensação é a mesma, salvo as exceções que citei acima. Só que no test drive você não tem horas pra perceber isso, você tem no máximo uma meia hora, 45 minutos com sorte. Não é suficiente. Então o carro vai parecer melhor ou pior dependendo do que você estava dirigindo anteriormente. Esse é um dos truques dos vendedores. Mas ainda não é o mais efetivo. O mais efetivo é que enquanto você dirige e o seu acompanhante vai elogiando e falando das qualidades do carro, falando como você combina com aquele carro, você percebe o status que ele (o carro) está te conferindo (raramente fazemos test drive em carro usado). As vezes o seu acompanhante de test drive até aponta que as pessoas na rua estão te olhando dirigindo aquele carro. Fala coisas como “imagina você chegando na sua rua com esse carro?”.


Baita massagem do ego “digassi di passagi”. E bingo, você se sente tão bem ali que toma a decisão “vou comprar, foda-se se são 60 prestações e vou ficar apertado!”.


O vendedor usou contra você a vaidade e a ganância. E adicione a luxúria no caso de você ser homem, já que como diz o ditado “quem não tem motor, não faz amor”. Tem mais, o mais engraçado é que quando você vai na concessionária, a papelada que poderia ser feita em meia hora leva duas. Os caras fazem de propósito, pra você se cansar mesmo, não raciocinar e não desistir da compra. Eles querem que você fique lá o tempo bastante pra se tornar “amigo” do vendedor que te atende como se você fosse um velho conhecido. Querem que você se sinta comprometido e não queira desperdiçar todo aquele tempo gasto lá dentro.  Depois da canseira de duas horas lá, você quer tanto ir pra casa, que as vezes acaba até aceitando um “ar condicionado” com 30% de desconto. E você acha que fez um bom negócio. Sendo que o preço que você pagou no carro deveria te dar o ar condicionado e todos os outros opcionais, que em outros países são pacotes básicos.



Admita, você quer um carrão pra aparecer e não pelo prazer do carro apenas.


Sim, eu sei que você sabe que comprar carro zero no Brasil não vale a pena, mas dependendo do local e do carro que você for comprar, o semi-novo pode não ser também uma boa. E como você se livra do vendedor de carros espertalhão? Primeira coisa, não ache que você não vai ser enganado se for lá enfrentar o vendedor, porque vai. Enquanto que você compra 1, 2... 5 carros a vida toda, ele vende isso em uma semana. Ele tem a experiência pra te quebrar as pernas e usar suas emoções contra você. Então pesquise muito na internet, saiba exatamente o que você quer comprar e quanto vale. Seja teimoso no seu objetivo de compra, e se não for oferecido esse negócio pra você na loja, não compre, saia e vá em outro. Simples assim.


Existem tantos outros exemplos que eu poderia dar. Mas tantos. Só que tempo é dinheiro (assim como templo é dinheiro), então termino esse artigo por aqui. Espero que você tenha conseguido perceber como tudo e todos estão sempre tentando te fisgar pelas suas emoções, fazendo com que você tome decisões erradas que vão te prejudicar e provavelmente vai beneficiá-los. Aprenda a observar e considerar tudo com razão e lógica. Sua vida vai mudar pra melhor.

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