Finalmente eu afastei a preguiça de escrever sobre essa experiência. Muita gente pediu no email e alguns pediram nos comentários. Aliás, eu não entendo porque as pessoas tem tanto medo de postar no comentários aqui e ficam apenas no email (não que eu esteja reclamando), já que é possível postar como anônimo. Continuem mandando seus emails, mas podem comentar também, é de graça.
Hoje vou começar a descrever aqui em detalhes a minha experiência de intercâmbio vivendo na cidade de Seattle, estado de Washington, EUA, no ano de 2012. Vou fazer este artigo em duas partes para evitar a fadiga. Nesta primeira parte falarei sobre como decidi sobre o intercâmbio e vou falar sobre a cidade e as pessoas em si. Na segunda parte falarei sobre coisas interessantes que fiz na cidade, nos arredores e até em outros estados vizinhos.
Talvez esse artigo ajude alguém que esteja indo para essa cidade para fazer intercâmbio ou mesmo para ficar um período mais longo ou definitivo. E provavelmente vai servir para matar a curiosidade das pessoas também. Afinal a maioria das pessoas adora ler sobre esse tipo de experiência. Depois de alguns artigos onde apertei bastante no assunto de desenvolvimento pessoal, que tal parar um pouco para escrever algo de entretenimento? Esse artigo apesar de ter me tomado mais tempo do que habitual, foi prazeroso de escrever. Chega de enrolação, vamos ao que interessa.
Como decidi pelo intercâmbio
Eu fiz esse intercâmbio, como já citei, no ano de 2012. Nos meses de Abril, Maio e Junho. Três meses e mais alguns dias para dar um rolê. Eu fui para dois meses de estudo de inglês (ESL) em uma escola de idiomas conceituada na cidade, que logicamente não citarei no nome. O meu inglês já era pra lá de excelente, posso dizer que esses dois meses me deram um belo up, uma polida muito boa. Saí quase fluente. Só não digo que sou fluente porque pra mim só é fluente quem está vivendo em um lugar falante do idioma. Na verdade, o objetivo principal do intercâmbio foram férias. Eu precisava descansar, dar uma desligada e escapada dessa cidade maldita chamada São Paulo.
Minha empresa deixei aos cuidados do meu pai (ele já era aposentado) e com outro familiar jovem que precisava sair um pouco de casa e ganhar um dinheiro. Antes que me julguem, como recompensa para meu velho, paguei uma pequena reforma e uma nova pintura para a casa dele. E fui só, não estava namorando minha atual namorada. Ou seja, livre, leve e solto (continuo livre e leve).
Bom, eu tinha muitos destinos na cabeça. Primeiro eu tinha as opções de países. Estava entre EUA, Canadá, Inglaterra e Irlanda. Dos quatro países eu não conhecia o Canadá, já tinha conhecido os outros três e sabia dos prós e contras de cada um. A escolha quase foi o Canadá, não fosse a falta de profissionalismo de uma escola com a qual entrei em contato para me matricular e quase acabei perdendo dinheiro. Por incrível que pareça, uma empresa canadense com serviço ruim, pois é, acontece nos melhores países.
Inglaterra e Irlanda, aos nossos olhos brasileiros são praticamente a mesma coisa, apesar de não ser. Mesmo a Irlanda sendo um país sensacional, eu o descartei porque tem MUITOS brasileiros por lá e eu queria tirar umas férias dos zés povinhos também, distancia de brasileiro é algo muito positivo. A Inglaterra com sua libra esterlina super cara me permitiria ficar apenas um mês ou um mês e meio fora com o orçamento que eu possuía. Para os curiosos, no total dos três meses e alguns dias gastei com tudo R$ 26 mil. Contando as passagens, moradia, escola, carros alugados, compras diversas, ingressos para atrações diversas, etc. E já respondendo uma pergunta que você deve ter feito mentalmente: sim, valeu a pena, cada centavo. Então Obamaland foi a escolha.
Quando decidi pelos EUA eu queria algo longe de brasileiros como já citei, então excluí algumas escolhas óbvias como Miami, Los Angeles e principalmente New York. Eu queria uma cidade grande com natureza exuberante e não uma selva de pedra. Nisso excluí Chicago, Boston, Washington e Atlanta. Já disse aqui que San Francisco é uma cidade fantástica, mas lembram que eu queria o Canadá em primeiro lugar? Some isso ao fato de que o oeste americano pra quem gosta de road trips é um prato cheio. Então Seattle foi a escolha. Não que as cidades citadas não sejam boas, todas elas são ótimas, mas eu quis algo diferente.
Seattle é uma cidade muito parecida com Vancouver no Canadá, aliás, estão separadas por apenas 250 km. A natureza do estado de Washington também pesou, já que eu já tinha visitado os estados áridos do sudoeste dos EUA (California, Arizona, Nevada, etc) na minha primeira road trip por lá, eu queria um clima de floresta/montanha e não de praia/deserto. Queria algo parecido com a British Columbia canadense.
Seattle não poderia ter sido uma escolha melhor.
Seattle, onde fica?
Se você deu uma boa olhada no mapa dando zoom in e out, percebeu que Seattle é a cidade grande americana mais distante do Brasil dentro do território continental dos EUA (sem contar o Alaska e o Hawaii).
Sim, é longe pra caralho. Longe pra caralho significa muitas horas de voo. Não há voos diretos de Guarulhos ou do Galeão para o aeroporto da cidade em Tacoma. Você vai ter que fazer uma escala. Pode separar um dia para ir, um dia para voltar e muitas horas dentro de dois ou três aviões diferentes.
O clima em Seattle e arredores
Se você é uma pessoa que não se dá bem com chuva, frio, vento e dias que começam gelados, ficam extremamente quentes e terminam novamente gelados, Seattle não é pra você.
O estado de Washington inteiro tem um clima muito parecido com o clima britânico e irlandês: chuva, chuva, tempo nublado e mais chuva. Tanto é que o apelido do estado é The evergreen state ou O estado sempre verde, porque seca ali non ecziste. O apelido do estado até aparece nas placas dos carros (percebeu o avatar de abertura do artigo com meu nome fictício?).
A cidade é conhecida por algumas coisas peculiares acerca do clima. Por exemplo, é muito raro ver um local nas ruas usando guarda-chuvas ou sombrinhas. Os seattleites costumam sair para as ruas com seus raincoats (jaquetas ou capas impermeáveis). Se você estiver andando em qualquer ponto da cidade, a chuva for apenas a tradicional garoa e avistar alguém usando guarda chuvas, pode saber que é gente de fora. Não é raro de um dia começar com céu fechado, chuva e frio e no meio do dia o céu ficar completamente limpo e a temperatura subir. Peguei muitos dias assim por lá. Dias que considerava perdidos pela manhã e que se abriam para muitas possibilidades na hora do almoço e à tarde.
Apesar de muita chuva nos meses frios do inverno, no verão os dias ensolarados são sensacionais. Seattle em um dia de sol não fica devendo em beleza para NENHUMA cidade no MUNDO.
Centro da cidade com o Mt. Rainier ao fundo. Ele está a quase 100 km de distancia, mas como é muito alto, é visível de praticamente qualquer parte da cidade com visão aberta na direção sudeste. (essa foto não é minha)
Outra coisa engraçada da cidade que não cheguei a ver pessoalmente devido à época que fui, mas que muitos comentam, é a falta de costume e preparo das pessoas da cidade quando neva. Em Seattle e arredores, devido ao clima oceânico, é mais difícil nevar, apesar de que quase todo ano tem dois ou três dias de neve. Apesar da neve ser escassa, quando ela cai, cai pra valer e a cidade vira um caos. Transporte público, especialmente de ônibus, muitas vezes para, ninguém consegue dirigir, etc. Ainda mais pelo fato da cidade ter muitas colinas e dirigir em uma ladeira coberta de gelo não é pra qualquer um. Veja do que estou falando.
É uma bagunça. Neva bastante na cadeia montanhosa das Cascades e nas montanhas Olympic. Há estações de esqui em uma distancia de apenas algumas horas de carro durante os meses de inverno.
Aliás, algo ruim de quando faz muito frio em Seattle é a tal chuva congelada, essa tem quase o ano todo, tirando talvez o verão. Não chega a ser neve mas também não chega a ser uma chuva totalmente líquida. Sabe aquela água semi congelada do fundo do isopor de cerveja? Imagine uma chuva daquilo. Não é agradável tomar chuva assim, experiência própria.
Por outro lado, quando chega a metade de Abril e começo de Maio o clima começa a esquentar e a cidade fica sensacional. Existem muitos parques e locais onde há cerejeiras. E quando elas desabrocham é um grande espetáculo. Abaixo duas fotos de minha autoria no campus da University of Washington.
As cerejeiras desabrocham em Abril. Este local é o meio do campus da University of Washington. (foto by Mr. Rover)
Deve dar gosto estudar em um local tão bonito e cuidado como este. (foto by Mr. Rover)
Além disso, a vista do horizonte na cidade é algo que nunca cansa os olhos. Veja abaixo qual era a vista do meu apartamento todos os dias quando o céu estava limpo.
Onde eu consigo uma vista dessas no Brasil? As montanhas ao fundo são as Olympic Mountains. (foto by Mr. Rover)
Como Seattle está numa latitude alta no hemisfério norte, no inverno os dias começam pelas 8 da manhã e escurece às 4:30, 5 da tarde. Porém, a partir de Abril até mais ou menos o fim de Outubro, os dias são longos. As 5:30 da manhã fica claro e só escurece as 8:30, 9 da noite. No alto verão em Julho, em alguns dias, a noite só chega as 10 da noite. Isso abre um leque muito grande de possibilidades para aproveitar a vida ao ar livre.
As pessoas
Seattle é uma cidade onde podemos dizer que existem dois grandes grupos de pessoas. Os brancos descendentes de europeus, principalmente escandinavos, germânicos (holandeses, alemães, austríacos, etc) e russos. Há também os asiáticos, com muitas pessoas vindas da China e da Coreia do Sul. Sem contar os muitos japoneses e pessoas de outras nações asiáticas. Os afrodescendentes e hispânicos são uma minoria. Vi pouquíssimos. Brasileiros, só encontrei três. Eles existem por lá, mas são uma minoria também. Muitos trabalham na Microsoft ou são estudantes universitários e não são o típico brasileiro que caga o lugar onde se alojam (aquele que vai pra “trabalhar” ilegalmente).
Algo muito interessante sobre Seattle, é que na região, muito antes da chegada dos brancos, havia tribos de nativos americanos (ainda há). O nome da cidade, por exemplo, vem do nome de um antigo chefe da tribo Duwamish, Chefe Si’ahl. No estado todo existem mais de 100 mil pessoas que são nativos ou descendentes de nativos. E posso dizer que são pessoas de uma beleza física invejável. Tanto as mulheres quanto os homens (não, não sou gay). Eu diria que os nativos americanos da região dos EUA chamada Pacífico noroeste, estão para pessoas de pele bronzeada e cabelo preto liso como os escandinavos estão para pessoas brancas. Eles são geneticamente privilegiados, pois mesmo os mais velhos envelhecem muito devagar e só vi uma única mulher nativa americana mais velha que era obesa. São muito diferentes dos nossos índios aqui que são estranhos, tem a cara inchada e são esquisitos.
As pessoas em Seattle e arredores podem ser consideradas fechadas por nós brasileiros. Tem até um nome pra isso, chama-se Seattle freeze. Dizem que é devido ao background das pessoas, os brancos em sua maioria de descendência escandinava e germânica (que são mais na deles) e os asiáticos que já são tímidos em geral. Todo mundo é muito educado sem exceção e interagem com você sem problemas, mas na hora de aprofundar uma amizade e marcar um compromisso para sair é mais difícil. Os seattleites são os mestres da desculpa. Durante um mês todo tive alguma dificuldade com isso. Mas finalmente decifrei o código deles. Eles precisam que você tome iniciativa e gostam muito de humor negro e/ou vitimista. Parecem muito os britânicos com aquele humor seco e sarcástico. Depois que se pega o jeito, os muros caem. Por exemplo, quando me perguntavam:
- Why did you choose Seattle over some city in California? (Por que você escolheu Seattle ao invés de alguma cidade na California?)
- Because I love this climate. (Porque eu adoro esse clima.)
Ou...
- What do you like about Seattle? (Do que você gosta em Seattle?)
- It has to be the climate and I’m also dangerously addicted to coffee. (Tem que ser o clima e eu também estou perigosamente viciado em café.)
Quando você cita o clima como sua escolha preferida e o faz de maneira sarcástica em tom de piada, você ganha o cidadão de Seattle. Eles sabem que o clima é uma merda. Eu pessoalmente acho o clima fantástico, ainda mais porque o ar é muito puro e nunca respirei tão bem na vida quanto naquele lugar. Eu respondia brincando, mas estava falando a verdade. Outra coisa é o café, Seattle é a cidade do Starbucks, então dizer que você é viciado em café, seja brincando ou não, vai cair bem entre eles.
Uma coisa que poderia ser usada como piada mas eles não gostam, é chamá-los de hipsters. Em outros estados, quando citam Washington, dizem: “aquele bando de hipsters/hippies bebedores de espresso”. Eles não gostam disso, portanto evite. Ainda mais agora que a venda da maconha é liberada no estado. Esse estereótipo pegou ainda mais.
Seattle é uma cidade muito rica musicalmente, lá ainda existe uma cena musical de rock muito forte. Tem uma rapaziada que ainda faz um barulho nas garagens dos subúrbios. Pelo que pude perceber o pessoal lá abre a boca com orgulho pra falar que Eddie Vedder/Pearl Jam, Alice in Chains, Foo Fighters, Bing Crosby, Jimi Hendrix, etc, são de lá, mas algo que me surpreendeu é que parece que as pessoas não gostam do Nirvana. Assim como em Dublin na Irlanda, tem muita gente que não gosta do U2 (eu sei, absurdo). Eu sinceramente não sei explicar o porquê disso.
A cidade
Seattle é uma cidade que tem muita coisa para fazer, afinal é uma cidade grande com área metropolitana vasta. Uma cidade com tantas opções como São Paulo (provavelmente bem mais) e com um feeling de cidade do interior, porque há verde por toda a parte e dificilmente há engarrafamentos. Violência? Só ladrões do colarinho branco e talvez ladrões de banco, mas assaltos a cidadãos na rua? Não existem. Existe pena de morte no estado de Washington.
Uma rua tranquila no bairro Queen Anne. Muito verde e tranquilidade. Cidade grande com feeling de cidade do interior. (foto by Mr. Rover)
Algo que eu gosto muito da região toda é poder olhar no horizonte e ver quatro coisas que não temos no Brasil: florestas de pinheiros que desaparecem até onde se consegue ver no horizonte, cadeias de montanhas com cumes nevados (Cascade range e Olympic moutains), lagos e braço de mar (Puget Sound, Lago Sammamish e Lago Washington) e uma montanha imensa com mais de 4 mil metros de altura (o Monte Rainier, que na verdade é um vulcão).
Não importa a época do ano, as pessoas praticam atividades ao ar livre. Muita gente na cidade abriu mão de ter um carro e prefere pedalar, apesar de a cidade ser bem espalhada e as distancias serem grandes, diferente das cidades europeias que são bem compactas. Ver pessoas de todas as idades correndo e andando de bicicleta é comum.
Para quem gosta de esportes, existem três times de grandes ligas profissionais na cidade: os Seattle Sounders (time de futebol da MLS), os Seattle Mariners (time de baseball da MLB) e os Seattle Seahawks (time de futebol americano e atual campeão da NFL). Pelo que andei lendo, ano que vem ou em 2016 a cidade vai ganhar uma nova arena multiuso e a volta de um time da NBA é possível. A cidade provavelmente vai ganhar um time de hóquei no gelo da NHL também. Além disso, para quem gosta desses esportes todos, ainda tem a opção de campeonatos menores e tem o futebol americano universitário com os Huskies da University of Washington (que sempre tem bons times). Praticar esportes também é fácil, não importa qual, você acha locais para praticar.
Os pontos turísticos são muitos. Os mais famosos são o Space Needle, que é famosa torre da cidade, o Pike Place Market, que é o mercadão público que abriga muitas maravilhas gastronômicas, a Seattle Great wheel, que é a roda gigante mais alta da costa oeste dos EUA, etc. Existem muitos outros pontos de turismo, como museus e galerias de arte, etc.
Interior do Pike Place Public Market, um dos meus lugares preferidos na cidade. (foto by Mr. Rover)
Quer comprar salmão fresco ou outros peixes e frutos do mar nobres que custam os olhos da cara no Brasil? No Pike Place Market tem de tudo, bem baratinho. (foto by Mr. Rover)
Cafés e pequenas lanchonetes são uma das melhores coisas da cidade. Eu sei que você deve se achar o fodão quando vai tomar café e comer alguma porcaria no Starbucks aqui no Brasil, mas lá não vale a pena. Porque a qualidade dos doces, salgados e do café dessas pequenas lanchonetes são muito maiores do que o Starbucks.
Há muitos restaurantes. De todo tipo de comida que se possa imaginar. Comida japonesa, mexicana, tailandesa, coreana, taiwanesa, chinesa, francesa, italiana, grega, portuguesa, etc. E o mais legal desses restaurantes é que geralmente quem trabalha neles são pessoas desses países de origem do restaurante. E o melhor, tudo muito barato. Comer fora não é algo extremamente caro e dá pra fazer várias vezes por semana se o restaurante não for muito sofisticado.
Para quem gosta de beber, não vai ter problemas. Há muitos pubs e bares. Pubs irlandeses com irlandeses atendendo são vários, eu até virei habitué de um (conto na próxima parte). Outra coisa excelente é que há algumas pequenas cervejarias que fazem obras de arte em forma de cerveja. Vale a pena preparar o fígado e parar pra uma visita nos bares dessas cervejarias.
Vida noturna é agitada. Existem night clubs para todos os gostos. Baladas de musica eletrônica, musica latina onde rola uma salsa e uns bate coxas. Baladas com rock ao vivo. Existem também as festas universitárias. Bares e night clubs GLS também (para quem curte e sem risco de preconceitos e violência). Existem strip clubs, com amateur nights (é bom, muito bom). Para quem tem grana, tempo e disposição, dá para festar 7 noites por semana.
Algo diferente do Brasil, é que a vida noturna “oficial” termina as 2 da madrugada. Não importa o dia. Bateu 2 A.M. no relógio significa sair da balada. Festas depois desse horário só em locais particulares. E é proibido beber álcool na rua, portanto nada de querer sair com garrafas para a rua. Se a polícia pegar, dá cana e multa. E ainda será preciso pagar fiança pra sair (isso para americanos, para brasileiros não sei que rolo pode dar). Ser pego dirigindo bêbado? O chamado DUI (Driving Under Influence) vai te dar mais dores de cabeça do que uma ressaca.
Na minha opinião, balada é um péssimo lugar para homens se darem bem com mulheres, a não ser que o cara seja destacado, é claro. Mas as baladas de Seattle e arredores são mais amigáveis para os homens, pois as mulheres são mais receptivas, é fácil bater um papo e se quiser desenrolar um esquema na facilidade. Por falar em mulheres, como eu já citei, os maiores grupos étnicos na região são de brancos com descendência do norte da Europa e asiáticos. Então as mulheres brancas são bem brancas (deixa a região Sul do Brasil no chinelo) e temos asiáticas para todos os gostos.
O transporte público
Uma coisa que é sensacional na cidade é o transporte público. A primeira coisa que impressiona é o túnel (Downtown Seattle Transit Tunnel) de mais de 2 km embaixo do centro da cidade. Neste túnel que tem cinco estações diferentes é possível pegar ônibus e o light rail, que é uma espécie de trem. A partir dessas cinco estações no centro é possível chegar em todos os lugares da cidade e no aeroporto. Ou seja, nas ruas do centro, o trânsito é bem menos desafogado, devido à facilidade do túnel.
Light rail dentro do túnel. (essa foto não é minha)
Estação da Pioneer Square. (foto by Mr. Rover)
Andar de ônibus em Seattle é uma experiência agradável. Os “carros” são aquecidos, tem bancos confortáveis, wi-fi, os itinerários são fáceis de entender e sempre são pontuais. Dificilmente um ônibus atrasa mais de 2 minutos. Motoristas são educados e sempre te dão bom dia, boa tarde e boa noite. As palavras obrigado e tenha um bom dia também são sempre ouvidas. Não existem cobradores, a passagem é paga ao motorista em dinheiro que é inserido em uma máquina e o recibo é emitido ou você pode comprar o chamado Orca Card, que é um cartão recarregável mensalmente onde você pode usar qualquer ônibus. Não é preciso nem tirar o cartão da sua carteira, é só encostá-la perto do leitor. As pessoas dentro dos ônibus e light rail são educadas, não furam fila, tem a sensibilidade de ceder lugar para pessoas com necessidades (idosos, gestantes, etc) se for o caso e... não fedem. Acho que porque não faz muito calor, ai ninguém fica muito suado. Funkeiros com musica alta no celular? Isso é algo que as pessoas de lá nem fazem ideia de que existe. Ninguém ouve música sem fone de ouvidos, ônibus e light rail são silenciosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário